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A mesma filosofia e algumas lacunas
Por: José Marinho M. Dias Neto

O técnico Lula convocou a seleção brasileira que disputará a vaga para o Mundial na Copa América de agosto. Serão mais de sete semanas de treinamento com sete amistosos inclusos. No grupo estarão treinando 17 convocados (Nenê não aceitará a convocação por motivo de contusão) e mais três formando um chamado “grupo de desenvolvimento”.

Muito boa a idéia de unir a nata de nossos juvenis aos adultos. Outros nomes poderiam constar da lista da nova geração (Bruno Pira, por exemplo), mas o excesso de jogadores prejudicaria a dinâmica do treinamento.

Quanto à estrutura do período de treinamento, a CBB parece ter escutado as críticas do Nenê. Disponibilizou para a comissão técnica um moderno software de análise de jogo. Só espero que nossa seleção não precise treinar no ginásio B da Escola de Educação Física do Exército, onde o piso duro provocava lesões na maioria dos jogadores. Além disto, acredito que desta vez os jogadores terão fartura de material. Afinal trata-se de nossa seleção nacional adulta, modelo de organização para o nosso basquete. É sempre bom lembrar que a Eletrobrás e a Lei Piva disponibilizam quase 5 milhões para CBB manter as nossas seleções e difundir o esporte pelo país no ano de 2005. Nenhum centavo dos três milhões da Eletrobrás pode ser aplicado no Campeonato Brasileiro de clubes.

Lula manteve sua filosofia na convocação. Os veteranos continuaram a ser excluídos, apesar do sucesso da Telemar. É certo que desta vez nossos jovens já não estão tão jovens assim. A maioria deles vivenciou campeonatos de alto nível técnico (NBA, Espanhol, etc.). A experiência adquirida pode nos ajudar a manter o padrão tático no final dos jogos e evitar as derrotas acumuladas nas últimas competições de vulto.

Mesmo assim, a ausência de Sandro Varejão da lista me parece absurda. Recordo-me ainda hoje do esforço deste jogador no Mundial de 2002, enfrentando com galhardia e quase sozinho a tropa de choque dos pivôs adversários. Como prêmio, Sandro foi esquecido de todas as convocações posteriores. No Brasileiro 2005, não há comparação entre a performance do jogador da Telemar e o André Bambu, por exemplo. Além do que, falta força física ao pivô do Ájax para atuar em sua posição neste nível de competição. Até mesmo o Ricardo (Paulistano) ou o Aylton, que também não têm porte físico para atuar de “4” a nível internacional, tiveram mais méritos.

Não entendo a convocação do Manteiguinha. Que ele é talentoso, não há como negar. Mas é outro que não tem condição atlética para enfrentar um campeonato com dez jogos em 11 dias. O Helinho ou o Arnaldo (por sua experiência internacional, apesar de não ter ido bem no Brasileiro) me parecem escolhas muito mais lógicas.

O ala Jefferson já esteve em melhor forma e não foi convocado. Agora, após um Brasileiro medíocre, aparece na lista. Ele tem potencial, mas o Marquinhos é bem superior. Uns podem dizer que ele abandonou a seleção no Sul-americano. Meu Deus, naquele campeonato o Brasil foi representado por um dos maiores “catadões” de sua história. Todo mundo recusou a convocação (exceto o Marcelinho, faça-se justiça) e só ele acaba “pagando o pato”. Valia uma conversa de pé do ouvido com o garoto (ele só tem 19 anos) e tudo estaria resolvido. Mas a direção da CBB nunca primou pelo jogo de cintura e pelo diálogo mesmo... Estranhamente, o ala Renato deixou o COC e acabou esquecido. Renato não fez um Brasileiro brilhante, mas 21 pts, 4 rebs e 3,5 ass credenciam qualquer um a uma vaga no grupo. Ainda mais numa posição sem muitos valores na atualidade no Brasil.

Gostei da convocação do Diego. Trata-se um dos jogadores mais criativos de nosso basquete. Espero que sua presença no grupo o ajude a polir seu jogo, melhorando seus conceitos de jogo e sua seleção de arremessos. Não acredito, porém, que ele possa contribuir efetivamente neste momento. Espero queimar o dedo.

Outros nomes poderiam ser ventilados, como são os casos do Jefferson Sobral, Gustavo (Macaé), William e Lucas (Pinhais), Edu (Uniara), L. Fernando, etc, porém o grupo dos doze, ao meu ver,  já está praticamente definido.

Leandrinho (embora não me convença como armador), Marcelinho Huertas e Valtinho (se estiver livre das contusões normais em época de convocação) serão os armadores.

Como normalmente são convocados quatro alas em um grupo de doze e nesta posição existe a maior fragilidade de nosso elenco, o técnico Lula pode levar mais um armador e utilizar o Leandrinho como “2”. O demais serão Marcelinho, Guilherme e Alex, se estiver recuperado e em forma. Caso contrário, Lula terá que contar com Jefferson e/ou Diego em função efetiva, ambos sem experiência internacional para isto. Tiago ou Anderson na função de ala é um risco de perdermos eficiência nos pivôs sem contrapartida na lateral. Caso Marcelinho ou Guilherme estejam fora de quadra, teremos problemas sérios de estatura.

Nos pivôs, estamos bem servidos. Anderson, Baby e Tiago, caso ele responda à convocação, não devem nada a ninguém a nível internacional. Murilo, Estevam e Caio disputam duas vagas no grupo, que estará muito bem servido com qualquer das opções.

De resto, só nos resta rezar para que haja o mínimo de condições para comissão técnica trabalhar, que o grupo esteja focado no objetivo (se esquecendo momentaneamente das negociações de contrato) e que o baixo astral dos bastidores não contagie nossa seleção. Afinal, nunca ficamos fora de um Mundial.

Críticas e sugestões: bbheart@bbheart.com.br