Reflexões da metade do campeonato
A BBHEART apontou o
Telemar, o COC e o Unitri como favoritos da competição desde o
início. Os resultados vêm confirmando a previsão, embora nem
sempre estas equipes venham se apresentando convincentemente. Os
rigores do calendário e falta de estrutura do campeonato faz o
nível técnico se nivelar por baixo. O interessante será descobrir
qual dos predicados triunfará no final: a experiência, a
intensidade ou o jogo coletivo? Quem viver verá!
Eis uma breve
análise do desempenho das equipes até agora:
COC:
Apesar da pouca contribuição do banco de reservas, o COC vem
fazendo uma excelente campanha na competição. Trata-se de uma
equipe traiçoeira. Qualquer descuido e eles abrem uma boa
vantagem. Todos jogam com grande intensidade e alguma
irregularidade também. Murilo e Renato estão com certeza na
seleção do campeonato. Arthur e Nezinho não vêm muito atrás.
Telemar:
Os problemas defensivos e de seleção dos arremessos parecem ser
parte do passado. A equipe atingiu sua oitava partida consecutiva
sem derrota, alternando jogos muito bons e vitórias contando com a
experiência no final. No melhor ataque da competição (97,7 ppj),
Ratto está com uma pontaria certeira de três pontos, Marcelinho
continua rendendo muito bem (apesar dos descuidos defensivos) e o
pivô Sandro voltou a sua melhor forma.
Unitri:
Não há como negar que disputar duas competições ao mesmo tempo é
pedreira. Além do mais com tantas viagens (e algumas de ônibus). A
equipe conta com um elenco completo, a melhor defesa da competição
e um ataque bem balanceado. A dependência do armador Valtinho pode
preocupar. O americano Myron vai ajudar bastante quando se
entrosar melhor. A tendência é crescer no final.
Minas:
A surpresa da competição. Daniel e Espiga vêm fazendo um
campeonato muito bom. O sistema de jogo proposto pelo técnico
Flávio Davis vem funcionando. A garotada do banco joga com muita
vontade. Com um bom americano, a equipe poderia ir bem longe.
Uniara:
A luz no fim do túnel de nosso basquete. João Marcelo tem na mão
uma equipe jovem, talentosa e com bom padrão tático. Os pivôs, por
serem os veteranos, recebem muitas bolas (raro de se ver no
Brasil). Matheus é um líder por exemplo. É o time mais
interessante de se ver jogar na competição. Olho nos jogadores Edu
e Dedé, vão longe.
Brasília:
Até agora a maior decepção. Um elenco rico em opções, experiente e
versátil, que não conseguiu se entrosar. Além disto, fora de casa
cai muito de rendimento. A defesa parece ser um problema. A
dependência ofensiva do Kenya também (estranho, com tantas
opções). O Arnaldinho ainda não encontrou seu lugar.
Ajax:
Agilidade na defesa, contra-ataques e o segundo em percentual de
três pontos do campeonato têm garantido a equipe entre os
primeiros. Os problemas são a quantidade de erros e os rebotes. Os
estrangeiros não ajudam muito. A carga está toda sobre o tripé
Manteiguinha, Juliano e Diego. E tem também o cansaço da Liga.
Ulbra:
Uma tabela terrível somada a aquisição de estrangeiros muito
fracos praticamente afastou a possibilidade da classificação da
equipe. Além disto, o time perdeu quatro jogos por um ponto de
diferença. A defesa tem rendido, mas o ataque não. O armador
Danilo está tendo que assobiar e chupar cana. O pivô Macetão está
fazendo sua melhor temporada da carreira.
Joinville:
Outra decepção.
Mudou de técnico e nada adiantou, apesar de contar com um elenco
razoável. Tem o pior lance livre da competição, o que demonstra
problemas no treinamento. Só ganhou duas partidas fora de casa.
Chegou a perder oito seguidas.
SJ Pinhais:
Uma boa equipe, colhendo resultados inferiores. O armador Daniel
Caçamba (apesar de prender a bola em demasia e errar alguns
passes) e o pivô William vêm dando conta do recado. Marcio tem
tido dificuldades. A equipe não conta com outro ala de peso para
dividir com ele a responsabilidade. O problema está em atuar fora
de casa. Luta por vaga entre os oito.
Paulistano:
A irregularidade personificada. Venceu cinco seguidas e depois
sofreu derrotas estranhas. Falta ímpeto. A equipe apresenta
momentos de completa desconcentração, perdendo rebotes, sendo
batida com facilidade na defesa e errando bolas fáceis no ataque.
Alguns jogadores andam rendendo pouco. Apesar disto tudo, ainda
está entre os oito pela qualidade do elenco.
Limeira:
Mais uma decepção. Vice no Paulista. Atua como time pequeno no
Brasileiro. Ainda não venceu fora (oito derrotas). Falta um ala
para pontuar com regularidade. Os lances livres e os arremessos de
três insistem em não cair. Não sabe atacar contra zona. E ainda, a
tabua de rebotes não está funcionando. A equipe precisa melhorar
muito.
Franca:
O Robin Hood do campeonato. Vitórias contra o Telemar, Unitri e
Brasília. Derrotas para Macaé, Joinville e Londrina. Vai se
entender! O elenco é reduzido, com carência séria nos pivôs. O
time é voluntarioso e aguerrido. Se não fosse a tradição e a
categoria do armador Guilherme, a coisa poderia estar muito mais
feia ainda.
Macaé:
As contusões e os problemas estruturais têm afetado bastante.
Trata-se de uma equipe rápida e voluntariosa com problemas sérios
de valorização da posse de bola. O Gustavo e o Rodrigo estarão com
certeza em equipes grandes na próxima temporada. É o time que mais
arremessos de três tenta com o pior percentual. Três derrotas em
casa sucessivas podem desestabilizar.
Mogi:
Uma equipe muito mal montada. Cheia de armadores, com alas
limitados e pivôs irregulares. Não está em último por acaso.
Perdeu Paulinho, sua melhor opção ofensiva. Falta talento,
pontaria (15º em três pontos e dois pontos) e equilíbrio
defensivo. Não venceu ainda fora de casa.
Londrina:
A filial do Pinheiros. Vale lembrar que esta equipe chegou em
último no Paulista. Que o Charles é um bom jogador, tudo bem. Mas
ser destaque de um time de garotos só prova a deficiência desta
geração. Pior ataque da competição associado a muitos erros.
Lances livres também não são o forte. Só tem chance em casa, se a
torcida ajudar.
Críticas e sugestões:
bbheart@bbheart.com.br
|