PRIMEIRAS REFLEXÕES
Por: Prof. Ms. José
Marinho M. Dias Neto
No primeiro dia da
competição, pudemos observar que o Telemar surge como um dos
principais favoritos. Enquanto a equipe teve fôlego, atropelou o
Paulistano (que está muito “mais jogado”) com direito a jogadas de
alto nível técnico. Cabe lembrar que o ala Dedé (Everaldo e Betão
também) não atuou devido a uma apendicite e o time voltou a
treinar há menos de dez dias. A equipe paulista se enfraqueceu, se
ressentindo da ausência do ala Jefferson, perdendo volume de jogo,
mobilidade e força nos rebotes (Aylton e Sandro pegaram juntos 15
rebotes ofensivos). Uma lástima foi a presença de não mais que 200
pessoas no ginásio em Campo Grande (mais 60 km de minha casa). O
basquete do Rio de Janeiro, que já não conta com as equipes de
futebol, não merece ficar privado de ver uma equipe de tanto
gabarito. Um dos poucos motivos para alguém sair de casa para ver
este pobre campeonato é a Telemar. Alguém precisa tomar uma
providência transferindo as partidas da Telemar para o Tijuca,
onde o público do basquete, certamente irá comparecer em bom
número.
O duelo dos alas
Gustavo (repetindo as atuações do Carioca) e Diego foi o ponto
alto do jogo do Ájax contra o Macaé. A partida foi animada e bem
disputada. A disposição e a vontade dos jogadores esteve muito
acima da técnica e dos conceitos do jogo. O volume de jogo de
Macaé (quando Fred não prende a bola) é de entusiasmar. Acho que a
equipe fica mais ágil e versátil com o Bill e o Cristiano nos
pivôs. O Ájax vai precisar melhorar muito para ter sucesso no
Brasileiro e na Liga Sul-americana. O Manteiguinha precisa entrar
em forma, o Bambu tem que participar mais do jogo e os arremessos
forçados precisam ser abreviados.
O jogo do Uberlândia
foi bem normal. Durante três quartos, o que se viu foi um falso
equilíbrio. E no último falou mais alto a categoria da equipe da
casa. O Helinho e o Mãozão foram muito bem. O Caçamba está
prendendo demais a bola. O Márcio é um candidato à cestinha da
competição. O Unitri vai brigar pelo título com certeza.
Se eu tinha alguma
esperança de observar algo de novo em nosso basquete. Não direi
que ela acabou, para não me tornar leviano ou precipitado. Mas que
a luz no fim do túnel está quase apagada, está. O jogo entre
Londrina e Uniara, duas das equipes com a menor média de idade do
campeonato, foi uma ducha fria no meu entusiasmo. Um festival de
erros, afobação, falta de categoria, deficiência de padrão de
jogo, escorregões e muitos, mas muitos, lances livres errados (27
erros em 60, 55% de acertos). Ok, era o primeiro jogo. As equipes
estão desentrosadas. Falta ritmo de jogo. Tudo bem, mas não deu
para projetar sequer um grande talento para o futuro. Um jogador
com aquele algo mais. Que decepção!
No fim das contas,
em oito jogos até agora, vários dados para se preocupar:
- 81,3 pontos por
jogo – a pior da história (em 1994 a média foi 85,7)
- O percentual de
lances livres está em sofríveis 67%
- Nenhum placar
centenário
- Apenas um jogador
fez mais de 30 pontos: Mãozão anotou 32 no jogo contra S. J. dos
Pinhais
Amigos, fora o nível
técnico duvidoso deste início de competição, é de se estranhar os
critérios de elaboração da tabela. Na verdade não houve critério
algum. Foi a simples repetição da do ano passado. A Telemar tem a
mesma seqüência inicial que beneficiou o Flamengo em 2004. Santa
criatividade!
Críticas e sugestões:
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