Brasileiro 2004: um passo à frente ou um para trás?
Por Prof. Ms. José
Marinho Marques Dias Neto
|
3pts |
2pts |
LLs |
3% |
2% |
%LL |
2004 |
44,4 |
90,2 |
36,8 |
35,4 |
54,5 |
75,1 |
2003 |
48,1 |
92,0 |
36,3 |
36,0 |
53,8 |
74,5 |
2002 |
48,7 |
97,0 |
33,3 |
36,1 |
54,8 |
74,0 |
2001 |
46,4 |
97,4 |
37,5 |
36,8 |
55,3 |
75,8 |
2000 |
44,0 |
89,5 |
39,8 |
37,7 |
55,3 |
75,5 |
1999 |
40,4 |
94,6 |
37,6 |
38,8 |
57,8 |
73,5 |
1998 |
40,8 |
102,5 |
37,0 |
39,4 |
58,5 |
75,2 |
1997 |
41,0 |
106,3 |
41,2 |
39,4 |
59,7 |
76,2 |
1996 |
41,5 |
111,3 |
41,7 |
39,8 |
59,4 |
75,0 |
Med |
43,9 |
98,8 |
38,1 |
38,0 |
56,8 |
75,0 |
- O Brasileiro de
2004 pôs fim a uma tendência de abuso nos arremessos de três
pontos que já durava quatro anos. Foram tentados 3,7 arremessos a
menos de trás da linha dos 6,25m em relação a 2003, embora os 44,1
arremessos por jogo ainda esteja acima da média dos últimos nove
anos (43,9).
- Somente em 2000 se tentou menos arremessos de dois pontos que em
2004. O brasileiro ainda não aprendeu a fustigar o jogo próximo à
cesta antes de tentar o arremesso do perímetro.
- O número de lances livres tentados depende da filosofia de jogo
e, principalmente, dos critérios da arbitragem. A média de
tentativas vem crescendo há três anos. Difícil de afirmar se é um
dado positivo, devido ao nível de interpretação pouco homogêneo de
nossos árbitros.
- O ano de 2004 marcou como o de pior desempenho nos arremessos de
três pontos. Desde 1996 os números só fazem cair neste tipo de
finalização. Das duas uma: ou falta treino ou falta seleção nos
arremessos.
- O percentual de dois pontos vinha desabando ano a ano, mas
mostrou em 2004 uma leve melhora. Os números são superiores a
média internacional. Os deslizes defensivos podem ser a causa
desse fato.
- Lance livre sempre foi um ponto forte de nosso basquete, e
continuamos com a mão calibrada.
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PB |
ERR |
ERR/PB |
PTS |
Pts/PB |
2004 |
183,8 |
30,8 |
0,17 |
85,7 |
0,933 |
2003 |
189,8 |
31,5 |
0,17 |
88,2 |
0,930 |
2002 |
192,4 |
30,0 |
0,16 |
89,6 |
0,931 |
2001 |
191,6 |
29,0 |
0,15 |
90,7 |
0,946 |
2000 |
177,1 |
23,7 |
0,13 |
86,7 |
0,979 |
1999 |
180,2 |
26,4 |
0,15 |
86,4 |
0,959 |
1998 |
188,3 |
26,5 |
0,14 |
90,2 |
0,958 |
1997 |
190,4 |
22,5 |
0,12 |
94,3 |
0,991 |
1996 |
194,9 |
21,2 |
0,11 |
97,3 |
0,998 |
Med |
188,1 |
26,4 |
0,14 |
90,4 |
0,961 |
PB= posse de bola
- O número de posses
de bola vem caindo a cada ano desde a mudança da regra dos 24s.
Isto pode significar um maior controle do ritmo por partes das
equipes, contrariando uma característica marcante de nosso estilo
de jogo: o contra-ataque.
- O número de erros foi pouco inferior no ano passado, mas ainda
bem superior a média. Nossos jogadores precisam melhorar o nível
de seus passes e dominar melhor os conceitos de jogo.
- A cada ano aumenta o número de erros por posse de bola.
Atualmente, 17% dos ataques são desperdiçados sem tentar a cesta.
- O Brasileiro 2004 apresentou a menor média de pontos dos últimos
anos. Ou as defesas melhoraram ou ataques claudicaram. Fico com as
duas opções, embora tenha havido um evidente queda do nível
técnico ofensivo, facilitando o trabalho defensivo.
- O número de pontos por posse de bola melhorou ligeiramente em
relação aos dois últimos anos. Mas existe uma queda bastante
evidente em comparação com os números anteriores a 2001. A pressão
do novo tempo de posse influenciou muito negativamente nossos
jogadores.
Nosso basquete está
marcando passo, na contramão do basquete mundial, que apresentou
evidente evolução na última Olimpíada. No geral, continuamos a
ter uma seleção de arremessos bastante questionável, pecar nos
conceitos de jogo e, também, no volume e intensidade dos
treinamentos técnicos. A maioria das variáveis do estudo (exceto o
lance livre) demonstrou estagnação, ligeira melhora ou, até mesmo
uma queda de um nível ainda longe do desejado. Precisamos
melhorar. E rápido...
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