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O Túnel Verde e Amarelo
Por: Prof. Ms. José Marinho M. Dias Neto

O panorama de sonolência do basquete nacional foi quebrado nas últimas semanas com o início da corrida pela sucessão da CBB. Dois fatos parecem contribuir para meu raciocínio: o presidente da Federação Gaúcha Carlos Nunes se desligou de suas funções na CBB e o site www.horadereconstruir.com.br foi lançado na Net.

Como a reeleição do atual presidente da CBB só pode ser concebida como um delírio do próprio Grego e de seus poucos colaboradores ou pela irresponsabilidade suprema dos presidentes das federações, suponho que a “Idade das Trevas” de nosso basquete esteja com dias contados. Contra os fatos não há argumentos. As grandes “conquistas” da era Grego no masculino foram, entre outras, consolidar o Brasil como a terceira “potência” sul-americana nas categorias de base, afastar definitivamente nosso basquete do ambiente olímpico e realizar um Campeonato Brasileiro sem vencedor (2006). Não satisfeitos com os resultados internacionais pífios e com a inércia completa reinante, os homens da CBB, contrariando todas as tendências da administração moderna, continuam tomando todas as suas desastradas decisões unilateralmente, sem se reportar, por exemplo, a qualquer órgão de representatividade. Tabela 1.

TABELA 1

Participação Brasileira nas Principais Competições Internacionais na Era Grego 

  1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Jogos Olimp       NP       NP       NP
Mundial   10o       8o       17o    
Pré-Olimp     6o       7o       4o  
Copa Amer 3o       2o       1o      
SulAm s15                       3o
SulAm Cad 1o   2o   4o 1o 2o 3o 3o 1o 3o  
SulAm Juv   1o   2o         3o   4o  
CopAm Juv   3o       6o       3o    
Mund Juv     8o       NP       4o  
SulAm s21       2o       2o        
CopAm s21               6o        
Mund s21                 NP      

NP = Não participou

Não tenho pretensões em concorrer com meu amigo Alcir Magalhães e seus importantes escritos sobre gestão empresarial no esporte, mas não posso perder a oportunidade de apontar algumas iniciativas que, ao meu ver, poderiam ser usadas por qualquer um que venha a vencer a eleição, no intuito de ajudar no soerguimento de nosso esporte:

- Criação de um conselho consultivo (formado por figuras proeminentes do basquete) que dê respaldo às principais decisões da direção da CBB
- Formação de uma seleção permanente sub21, que se reunirá e jogará internacionalmente duas vezes por ano.
- Criação de um curso de capacitação e nivelamento de técnicos de basquete.
- Criação de um plano de nivelamento dos técnicos nacionais, onde a ascensão na carreira só poderá ocorrer através dos cursos de nivelamento, dos anos de serviço (como técnico) e dos títulos conquistados. Ninguém poderia começar a carreira como técnico de adulto!!!
- Implementação do Projeto Festival de Basquete, no qual, uma vez por mês em cidades diferentes, seria montado um evento de massificação voltado para jovens de 10 a 17 anos com show de música, distribuição de brindes, presença de craques do passado e do presente, testes de avaliação, clínicas de fundamentos, torneios de três pontos e de habilidade, etc. Os técnicos de todos clubes da cidade dirigiriam as equipes formadas por faixa etária no evento.
- Busca de uma parceria com a iniciativa privada para o desenvolvimento de um projeto social no estilo do VIVAVOLEI.

- Incentivo através das parcerias público-privadas
(Lei nº 11.079/04) do basquete nas escolas públicas.

- Apoio ao Basquete de Rua.
- Realização do Campeonato Paulista e as Copas Sudeste (+ Centro-Oeste), Sul, Nordeste e Norte, todos classificatórios para o Brasileiro. As Copas poderiam ser organizadas em fase classificatória através de módulos de oito equipes atuando um fim de semana em cada cidade e os playoffs no final.

- Montagem da estratégia de marketing da CBB voltada para forjar e explorar a imagem dos ídolos.
- A volta da gloriosa camisa listrada em verde e amarelo como a marca do início de um novo tempo. 

Espero, por fim, que nossos ídolos Oscar, Paula, Hortência, Janeth, entre outros, tão desvalorizados pela atual “gestão” da CBB, se manifestem durante o processo político, criticando, apontado novos caminhos e ajudando quem quer que assuma o comando do processo de reconstrução de nosso basquete.

Não dá para ver a ainda a famosa luz no fim do túnel, pois o túnel já ruiu já faz tempo. Talvez estejamos presenciando apenas o lançamento da pedra fundamental da reconstrução do túnel...Mas já é alguma coisa.

 

 

Críticas e sugestões: bbheart@bbheart.com.br