Oscar, 50 anos
Por:
Oscar14.com.br
Com 2,05m de altura e 107 kg, Oscar Daniel Bezerra Schmidt foi uma
das maiores estrelas do basquete mundial. Nascido em 16 de
fevereiro de 1958, em Natal, no Rio Grande do Norte, entrou numa
quadra pela primeira vez aos 13 anos, em Brasília, onde foi morar
com a família. Já media então 1,85m e seu tio Alonso o aconselhou
a procurar o clube Unidade Vizinhança, no qual o técnico Zezão o
orientou nos primeiros passos.
Em 1974, Oscar foi para São Paulo, jogar no infanto-juvenil do
Palmeiras. Logo se destacou e chegou à seleção juvenil de
basquete. Em 1977, foi eleito melhor pivô do sul-americano da
categoria e com apenas 19 anos passou a integrar a seleção
principal, sagrando-se campeão sul-americano. No ano seguinte,
conquistou a medalha de bronze com o Brasil no mundial nas
Filipinas, e foi levado pelo técnico Cláudio Mortari para jogar no
Sírio.
Foi no clube paulista que, em 1979, Oscar ganhou um dos principais
títulos de sua carreira: a Copa William Jones, o mundial
interclubes. No ano seguinte participou de sua primeira Olimpíada,
em Moscou, marcando 169 pontos que ajudaram o Brasil a ficar em 5º
lugar.
Oscar deixou o Sírio em 82, tendo uma breve passagem pelo América
do Rio e indo disputar o campeonato italiano pelo Caserta.
Bogdan Tanjevic,técnico daquela equipe que disputou o Campeonato
Mundial contra o Sírio o leva para a Itália onde treina Oscar por
4 anos e o faz mudar de nível,passando a ser o jogador mais
disputado pelos clubes europeus.O cestinha brasileiro passou 11
temporadas na Itália, sendo o primeiro jogador a marcar 10.000
pontos no Campeonato Italiano. Em sua estadia no país, ele
estabeleceu o recorde de 13.957 pontos na liga local, e tornou-se
também um dos recordistas de pontos numa partida do campeonato
italiano: 66 num jogo do Fernet Branca, de Pavia.
Em 1984, Oscar participou de sua segunda Olimpíada, em Los
Angeles. Alcançou o mesmo número de pontos de Moscou (169 pontos),
mas a colocação do Brasil foi pior (9º lugar). A marca despertou o
interesse do New Jersey Nets, da Liga Profissional Americana
(NBA), que tentou contratar o cestinha, mas a possibilidade de
perder o status de amador e consequentemente não poder mais
disputar jogos pela Seleção Brasileira fez com que Oscar ficasse
na Liga Italiana.
Três anos depois, novamente nos Estados Unidos, Oscar conquistou o
seu título mais querido – o Pan-Americano – com uma vitória
histórica de 120 x 115 sobre os donos da casa, em Indianápolis.
Nunca nenhuma equipe havia vencido os americanos dentro de seu
território e nunca ninguém havia feito mais de cem pontos contra
uma Seleção Americana.
Nas Olimpíadas de 1988, em Seul, Oscar foi pela primeira vez o
cestinha da competição, com 338 pontos, o que não foi o suficiente
para levar o Brasil além do 5º lugar. Os 55 pontos marcados no
jogo contra a Espanha foram mais um recorde – o de maior número de
pontos numa partida olímpica. Oscar também bateu mais de 10
recordes Olímpicos nessa competição.Melhor media de pontos na
competição,mais pontos numa só Olimpíada,mais pontos num
jogo-55,total de pontos-338,mais cestas de 3 pontos na
competição,mais cestas de 3 pontos num jogo,mais cestas de 2
pontos na competição,mais cestas de 2 pontos num jogo,mais lances
livres na competição,mais lances livres num jogo,alem do que ele é
o recordista olímpico de pontos totais-1093 e de participações-5.
Em 1990, estabeleceu novo o recorde de pontos numa partida de
Campeonatos Mundiais – 52 contra a Austrália. O Brasil ficou mais
uma vez em 5º lugar.Após o Campeonato Mundial, depois de ter
jogado 8 anos a Caserta, ter comandado a equipe na promoção da A2
para a A1 em 1983, ter feito 8 finais dos vários Campeonatos
Italianos e Europeus, vencendo uma Copa Itália, Oscar se muda para
Pavia na Itália,onde fica três anos, comanda de novo uma equipe da
A2 para a A1 e joga a melhor temporada de sua carreira, sob o
comando de Tonino Zorzi marca 1760 pontos em 40 jogos na temporada
de 90/91, fazendo a incrível média de 44 pontos por partida, marca
jamais alcançada por nenhum jogador na Itália até hoje.
Oscar foi novamente o cestinha na Olimpíada de Barcelona (198
pontos), antes de ir jogar no Forum, de Valladolid, na Espanha, e
anunciou seu afastamento da seleção brasileira. Mas a saudade
começou a apertar e o "Mão-Santa" decidiu voltar a viver no
Brasil. O retorno aconteceu em 1995, para jogar no Corinthians,
onde no ano seguinte conquistou o oitavo título brasileiro de sua
carreira.
Apesar da promessa de abandonar a seleção, Oscar foi a Atlanta,a
pedido do seu técnico Ari Vidal, para sua quinta e última
Olimpíada. Com isso, ele se igualou ao recorde do porto-riquenho
Teófilo da Cruz e depois a Andrew Gaze da Austrália. Os três
dividem atualmente a marca de maior número de participações de um
jogador de basquete em Olimpíadas. A despedida da seleção, depois
de 7.693 pontos e 326 jogos, não fez jus à sua trajetória, com a
derrota para a Grécia na disputa do quinto lugar.
Embora o Brasil não tenha chegado perto do título olímpico, Oscar
foi pela terceira vez o cestinha da competição, com 219 pontos,
tornando-se o primeiro atleta a superar a marca dos 1.000 pontos
em Olimpíadas - precisamente 1.093.
Em 1997 jogando pelo Banco Bandeirantes, tendo como técnico o
ex-companheiro de seleção Marcel, ele estabeleceu um novo recorde
de pontos numa partida no Brasil (74) e foi o cestinha do
campeonato paulista de 97, com 1.161 pontos, alcançando a incrível
média de 41.5 pontos por partida.
E
foi marcando justamente 41 pontos numa partida do
Barueri/Bandeirantes pelo Campeonato Nacional que ele superou a
marca de 40 mil pontos na carreira, superada na história do
basquete apenas pelos 46.725 pontos de Kareem Abdul-Jabbar.
Mas o Campeonato Nacional de 98 foi muito mais para ele. Além de
chegar aos 40 mil, Oscar bateu mais um recorde: tornou-se o
primeiro jogador a totalizar mais de mil pontos na competição. E
foi pela terceira vez consecutiva cestinha do torneio.Nesse
Torneio, patrocinado pelo Mackenzie, sua escola por muitos
anos, Oscar vence o Campeonato Paulista na quinta partida contra
Mogi com uma cesta histórica do Paulinho no último segundo.
Em 99, Oscar deixou para trás o badalado basquete paulista e veio
enriquecer o campeonato estadual de basquete do Rio de Janeiro.
Contratado em maio pelo Flamengo, o maior jogador do basquete
brasileiro estreou oficialmente com a camisa rubro-negra contra o
Municipal, no dia 8 de setembro. No fim do jogo, depois de marcar
31 pontos e comandar a tranqüila vitória do Flamengo por 114 a 56
(56 a 27), Oscar foi aplaudido de pé pela torcida que, desde
então, o adotou como o novo ídolo rubro-negro.
No dia 1 de dezembro, através de um lance livre, o Mão Santa Oscar
atingiu a histórica marca de 43 mil pontos na carreira. A façanha
foi na primeira partida da melhor-de-cinco da semifinal do
Campeonato Estadual do Rio de Janeiro, contra o eterno rival
Fluminense.
Depois de ajudar o Flamengo a liderar o campeonato de ponta a
ponta, Oscar participou do primeiro jogo do playoff final contra o
Botafogo com problemas estomacais e só marcou sete pontos. Longe
de sua melhor condição física, abriu passagem para que seus
companheiros comandassem a vitória sobre os alvinegros por 100 a
89 (59 a 52).
No segundo jogo, já recuperado, Oscar foi o cestinha da partida
com 35 pontos, colocando o time rubro-negro a um triunfo do bi
estadual. E o Mão Santa não decepcionou no jogo decisivo: marcou
44 pontos na vitória do Flamengo por 106 a 96, se consagrando como
o grande astro da conquista do bicampeonato estadual.
Substituído no fim, assistiu aos últimos segundos da partida
abraçado aos seus companheiros, visivelmente emocionado, gritando
sem parar e recebendo o carinho da galera rubro-negra.
Depois de conquistar o título estadual do Rio de Janeiro e de ser
o cestinha do campeonato, com 647 pontos, Oscar encarou mais uma
disputa de título brasileiro contra o Vasco em 2001,mas sua equipe
perdeu a final por 3x1 e sagrou-se vice-campeão, maior resultado
alcançado pela equipe rubro negra na sua história.
Não bastasse tanta emoção na carreira, o Flamengo proporciona a
Oscar uma das suas maiores alegrias, jogar junto com seu próprio
filho 10 partidas. Felipe estréia no Tijuca contra a equipe de
Mogi, entra nos últimos 3 minutos, faz duas cestas e deixa seu pai
às lágrimas mais uma vez.
No sua última temporada no Flamengo, com 44 anos, Oscar chegou a
mais uma vitória no Campeonato Carioca, contra a equipe de
Campos,vencendo a quinta partida lá em Campos,onde fez 29 pontos,
após ter tido pressão alta (22x14) na derrota do Flamengo na
quarta partida da final dentro de casa, no Ginásio do Tijuca.
Aos 45 anos,Oscar é cestinha mais uma vez (8 consecutivas) do
Campeonato Nacional e após jogar seu último jogo em Minas,se
retira da atividade nas quadras e começa sua nova aventura, desta
vez fora das quadras.
Com o auxilio da Prefeitura do Rio de Janeiro e da Telemar, Oscar
monta uma das melhores equipes já formadas no basquete brasileiro,
vencendo o Campeonato Carioca e o Nacional, ganhando 55 jogos e
perdendo apenas 5 no decorrer da temporada.
Não contente com os rumos que tomaram o seu esporte preferido,
Oscar, junto com Hortência, Paula e mais alguns abnegados montam
uma Liga independente de basquete, a NLB (Nossa Liga de
Basquetebol), fazem um Campeonato Nacional, com juizes próprios,
com Sede, Cnpj, Estatuto, funcionários e tudo que é preciso para
ser uma entidade esportiva, sem dinheiro e sem poder, mostrando
para todo mundo que é possível fazer algo de bom quando se tem
vontade e quando se é comprometido pra valer com o basquetebol.
Entrevista na TV Globo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Esportes/0,,GIM791066-7824-OSCAR+E+ENTREVISTADO+PELO+IRMAO+TADEU+SCHDMIT,00.html
Críticas e sugestões:
bbheart@bbheart.com.br
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